Mês: agosto 2020

Estátuas antigas eram coloridas

Para onde quer que olhemos, as produções cinematográficas nos mostram o mundo dos antigos romanos desprovido de cores e cheio de estátuas e edifícios brancos e bege. Esse foi o caso em “Ben Hur” (1959) de William Wyler ou “Gladiator” (2000) de Ridley Scott. Certamente, esta forma de mostrar a civilização romana provou seu poder e papel no então mundo mediterrâneo.

No entanto, a realidade é bem diferente, o que é confirmado por pesquisas de cientistas. A maioria (ou talvez todos) os edifícios públicos, estátuas, monumentos, etc. brilhavam com inúmeras cores, que como resultado do vento, sol, areia e tempo perderam sua cor e desbotaram.

Para verificar esse fato, você pode fazer um experimento. Basta brilhar com a luz ultravioleta sobre o monumento em um ângulo tal que a luz corre quase paralela à superfície do objeto. Desta forma, você pode descobrir cores invisíveis.

As obras dos escultores foram devidamente pintadas quando as estátuas de bronze tinham partes relevantes do corpo, como olhos, lábios, dentes feitos de outros materiais coloridos: marfim, cobre, prata ou âmbar. As estátuas também eram feitas de ouro, prata e marfim. Os romanos também usaram mármore colorido em seu trabalho.

Os corantes eram principalmente de origem inorgânica e originados de minerais ou outros produtos do solo. Abaixo estão alguns dos materiais a partir dos quais as cores foram obtidas:

Cinábrio, sulfeto de mercúrio – um pigmento mineral vermelho popular e caro.
Ocre – de cor terrosa, contendo óxido de ferro, ocorre em cores que vão do laranja ao marrom-avermelhado.
Minium de chumbo – também conhecida como “minium”, era vermelho.
Alizarin – corante orgânico rosa-vermelho.
Orpimento e realgar – minerais usados ​​para produzir pigmentos amarelos.
Azurita – um mineral de cobre e uma fonte de azul profundo. Ele pode se transformar em uma sombra esverdeada pelo intemperismo.
Silicato de cálcio e cobre – o mais antigo pigmento sintético conhecido. Foi a origem da popular cor azul egípcia.
Malaquita, carbonato de cobre – verde.
Osso carbonizado – a cor foi obtida por meio da carbonização.
Cerusita, carbonato de chumbo – branco.
Pesquisadores modernos ainda estão pesquisando e sugerindo como poderiam ser os monumentos que conhecemos no mundo antigo.

Octavian Augustus (em cores)
Cabeça de calígula

O texto acima foi traduzido por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle do original Ancient statues were colorful, com a gentil autorização de Jakub Jasiński, detentor dos direitos autorais.

O que os gladiadores bebiam?

Cena do filme Gladiador

Traduzido de What were gladiators drinking?

Gladiadores romanos usavam como bebida energética provavelmente uma bebida feita de vinagre, água e cinzas de planta – esta foi a conclusão de cientistas que estudaram os restos mortais de guerreiros de Éfeso (moderna Turquia), descobertos em 1933.

Analisando os restos mortais de gladiadores (22 corpos preservados), os cientistas da Áustria notaram que os ossos continham quase duas vezes mais estrôncio; em comparação com outros habitantes da cidade (31 corpos sobreviventes) que seguiram uma dieta semelhante [1]. Com base nesses estudos, havia a suspeita de que talvez os gladiadores bebessem uma bebida especial. O cinza era usado na cozinha pelos romanos para lhe dar um sabor “defumado” e para fins de saúde.

Acreditava-se que a bebida reduzia a dor, aumentava a imunidade, regenerava o corpo e reconstruía os ossos [2]. Esse tipo de bebida é mencionado por Plínio, o Velho, em sua obra “História Natural”, que sugeria que os gladiadores a bebiam logo após a luta.

Sua Lareira deve ser sua caixa de remédios. Beba lixívia feita de suas cinzas e você ficará curado Pode-se ver como os gladiadores depois de um combate são ajudados bebendo isso.

Plínio, o Velho, História Natural, XXXVI.203

Notas de rodapé

[1] A dieta dos romanos não era rica em proteínas. Os gladiadores, como outros residentes, comiam muitos produtos de grãos (principalmente cevada e trigo) e pouca carne. Fava também era comida. Devido ao fato de que os gladiadores se baseavam principalmente na dieta de cevada, eles eram chamados de hordearii – que significa “comedores de cevada”.

[2]Hoje em dia, com muito esforço, ingerimos cálcio e magnésio.

Fontes

Gladiator Gatorade: Ancient Fighters Drank Tangy ‘Sports Drink’, “LiveScience”, 27.10.2014
Roman gladiators ate a vegetarian diet – and washed it down with a ‘sports drink’ of plant ashes and vinegar, “Daily Mail”, 21.10.2014

Nota do tradutor: Não tente preparar uma bebida semelhante. A cinza pode conter substâncias tóxicas!

O texto acima foi traduzido por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle do original What were gladiators drinking?, com a gentil autorização de Jakub Jasiński, detentor dos direitos autorais.

Conceitos sobre entropia


Changes in the arrangement of ordinary objects do not change their entropy. Entropy depends on the dispersal of energy at a specific temperature, not on a pattern. (Information “entropy” with no inherent or integral energy factor therefore is only related in form, and not in function, to thermodynamic entropy that must have an enabling factor of energy. {por Frank Lambert}

Tradução: Mudanças na organização de objetos comuns não alteram sua entropia. A entropia depende da dispersão de energia a uma temperatura específica, não de um padrão. (A “entropia” de informações sem fator de energia inerente ou integral, portanto, está relacionada apenas na forma e não na função à entropia termodinâmica que deve ter um fator de energia capacitador. {Traduzido por Prof. Luís Brudna}


“Entropy is disorder” is an archaic, misleading definition of entropy dating from the late 19th century before knowledge of molecular behavior, of quantum mechanics and molecular energy levels, or of the Third Law of thermodynamics. It seriously misleads beginning students, partly because “disorder” is a common word, partly because it has no scientific meaning in terms of energy or energy dispersal. {Por Frank Lambert}

Tradução: “Entropia é desordem” é uma definição arcaica e enganosa de entropia que data do final do século XIX antes do conhecimento do comportamento molecular, da mecânica quântica e dos níveis de energia molecular, ou da Terceira Lei da Termodinâmica. Isso engana seriamente os alunos iniciantes, em parte porque “desordem” é uma palavra comum, em parte porque não tem significado científico em termos de energia ou dispersão de energia. {Traduzidor por Prof. Luís Brudna}


Energy disperses from being localized to becoming spread out if it is not hindered. This is the enabling factor  for all spontaneous physical and chemical events. Entropy change measures the dispersal of energy in a process: how much is spread out or how widely spread out that energy becomes. This is discussed in terms of macro thermodynamics, q(rev)/T, and molecular thermodynamics, kB ln [microstatesfinal / microstatesinitial ]. {Por Frank Lambert}

Tradução: A energia se dispersa de localizada para espalhada se não for impedida. Esse é o fator que possibilita todos os eventos físicos e químicos espontâneos. A mudança de entropia mede a dispersão de energia em um processo: quanto é espalhado ou quão amplamente dispersa essa energia se torna. Isso é discutido em termos de macro termodinâmica, q(rev)/T e termodinâmica molecular, kB ln [microestados final/microestados final]. {Traduzido por Prof. Luís Brudna}


Biochemistry students must use the concept of free energy change to understand reaction reversibility and the energetics of metabolism. The theory is founded on the Gibbs free energy function: ΔG = ΔH – TΔS. Reactant and product concentrations affect the ΔS term and therefore determine whether ΔG is positive or negative at a standard temperature. However, most biochemistry texts do little to connect the sign of ΔG in this function to the concentration variables that determine it, and instead rely exclusively on the equation to relate these parameters. This can have the undesirable effect of rendering the Gibbs equation irrelevant for these students. For the biochemistry instructor, the challenge is to clarify the role of entropy in determining reaction directionality without digressing into aspects of thermodynamic theory that would be more appropriately covered in other courses. A model to explain the concentration dependence of the ΔS term is presented in a format that is appropriate for an audience of biochemistry students, and the concepts are illustrated using an aqueous phase reaction, the anomeric conversion of glucose. {do site de Frank Lambert}

Tradução: Os estudantes de bioquímica devem usar o conceito de mudança de energia livre para entender a reversibilidade da reação e a energética do metabolismo. A teoria baseia-se na função de energia livre de Gibbs: ΔG = ΔH – TΔS. As concentrações de reagente e produto afetam o termo ΔS e, portanto, determinam se ΔG é positivo ou negativo a uma temperatura padrão. No entanto, a maioria dos textos de bioquímica faz pouco esforço para conectar o sinal de ΔG nessa função às variáveis ​​de concentração que o determinam e, em vez disso, depende exclusivamente da equação para relacionar esses parâmetros. Isso pode ter o efeito indesejável de tornar a equação de Gibbs irrelevante para esses alunos. Para o instrutor de bioquímica, o desafio é esclarecer o papel da entropia na determinação da direcionalidade da reação sem se desviar para aspectos da teoria termodinâmica que seriam abordados de maneira mais apropriada em outros cursos. Um modelo para explicar a dependência da concentração do termo ΔS é apresentado em um formato apropriado para um público de estudantes de bioquímica, e os conceitos são ilustrados usando uma reação em fase aquosa, a conversão anomérica de glicose. {Traduzido por Prof. Luís Brudna}