Tag: corante

Hidrazina, corante índigo e ácido pícrico

Post no Instagram – https://www.instagram.com/p/B_-igGvHTao/

Um composto explosivo, tóxico e com cheiro forte – como a hidrazina – ainda encontra diversos usos na indústria, pesquisa científica e exploração espacial.
Todos os anos são fabricados mais de 100.000 toneladas de hidrazina para uso industrial, principalmente para a fabricação de elastano – também conhecido como laicra.
Na década 60 a hidrazina era utilizada, em uma mistura com nitrometano, em carros de arrancada. Atualmente esse uso é proibido pelas associações automobilísticas.
Na imagem vemos o treinamento de um militar americano em uma simulação de acidente com hidrazina em um avião espião. 


Post no Instagram – https://www.instagram.com/p/CAD2ltBgGxk/

O corante índigo original e natural era obtido do processamento das folhas da planta Indigofera tinctoria.
Se você olhar para a planta não verá o forte azul característico do índigo. Para se chegar ao corante é necessário colocar as folhas de molho em água e deixar a mistura fermentar, o resultado é então misturado com algo alcalino, podendo conter KOH ou NaOH.
Desde os idos de 1897 o corante passou a ser produzido em grandes quantidades de maneira artificial, deixando a fermentação de plantas como uma técnica artesanal. 


Post no Instagram – https://www.instagram.com/p/CALZHQRnHNY/


O ácido pícrico é muito semelhante ao famoso explosivo TNT.
O manuseio da substância é relativamente seguro enquanto os cristais estiverem bastante úmidos. Mas, quando a água diminui abaixo dos 10%, a situação pode ficar perigosa.
Existem diversos relatos de equipes especializadas em explosivos sendo chamadas para lidar com antigos estoques de ácido pícrico que acidentalmente se tornaram secos com o tempo.
Na literatura científica é possível encontrar linhas de pesquisa para se construir e aprimorar sensores de detecção de ácido pícrico; sendo um dos objetivos impedir o uso da substância em atividades ilícitas.


Siga nosso Instagram em https://www.instagram.com/ligacaoquimica/

Mudando de cor com a temperatura

Que tal usar uma roupa que muda de cor com a temperatura? A utilidade parece ser mais estética, para obter um produto com um diferencial.

O termocromismo (mudança de cor com a temperatura) pode resultar em efeitos interessantes.

Para conseguir esse efeito é necessária uma combinação de duas cores: a cor do corante do tecido, que permanece constante e um corante termocrômico. Este corante é retido em microcápsulas com líquido de poucos micrometros de diâmetro (com cobertura transparente). O líquido é composto de um corante leuco (no caso é a CVL), um ácido fraco (1,2,3-benzotriazol) e um sal (CH3(CH2)7CHCH(CH2)7COOH3N(CH2)13CH3), dissolvidos em dodecanol.
O sal tende a dissociar em amina e ácido carboxílico em altas temperaturas.


Transformação entre a forma colorida e a incolor da CVL.
Em baixas temperaturas a cor do tecido é uma combinação da cor das microcápsulas com a cor do corante do tecido, enquanto que em altas temperaturas as cápsulas tornam-se incolores e a cor do tecido prevalece.

Na década de 80, a grife Hypercolor começou a produzir uma coleção de roupas com esse tipo de corante. Só que a tecnologia não estava bem desenvolvida e o produto perdia as propriedades de mudança de cor se não fosse corretamente manuseado, como por exemplo, lavando em água muito quente.

Comercial da marca.

Leia mais
Thermochromism in Commercial Products
Mary Anne White and Monique LeBlanc
Vol. 76 No. 9 September 1999 • Journal of Chemical Education

Texto escrito por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle ( [email protected] ) – Universidade Federal do Pampa – Bagé.