Acrílico feito de açúcares

No futuro, o polimetacrilato de metila (PMMA) – mais conhecido como acrílico – poderá ser feito a partir de matérias-primas naturais, tais como açúcares ou ácidos graxos. O PMMA é manufaturado pela polimerização do metacrilato de metila (MMA). Em uma cepa de bactérias, cientistas da University of Duisburg-Essen e do Helmholtz Centre for Environmental Research (UFZ) encontraram uma enzima que poderiam ser utilizadas para a produção biotecnológica de um precursor do MMA. Comparando com métodos químicos de produção já existentes, o processo biotecnológico é muito mais ecológico.

O Dr. Thore Rohwerder foi nomeado como um dos tr~es candidatos para receber a prêmio de pesquisa europeu Evonik  pela sua descoberta. A competição é supervisionada pelo Dr. Arend Oetker, presidente do Stifterverband für die Deutsche Wissenschaft (Associação de Doadores para a Ciência Alemã). O objetivo do prêmio é encorajar jovens pesquisadores a dar o salto do laboratório para o empreendimento empresarial. O tópico da premiação Evonik de 2008 é a biotecnologia industrial.

A enzima recém-descoberta pelo Dr. Thore Rohwerder e Dr. Roland H. Müller, chamada 2-hidroxiisobutiril-CoA mutase, torna possível a transformação de um C4 linear em uma estrutura ramificada.  Compostos deste tipo são precursores do MMA. Compostos precursores, é claro, podem ainda ser de origem petroquímica. O aspecto revolucionário, porém, é que esta enzima, integrada metabolicamente em  microorganismos adequados, pode também transformar açúcares naturais e outros compostos para os produtos desejados.  Até agora, a única maneira de produzir este precursor – 2-hidroxiisobutirato (2-Hiba) – era um processo puramente químico baseado em matérias-primas petroquímicas. A indústria química mundial realiza pesquisas de processos biológicos adequados, para que , no futuro, as matérias-primas renováveis também possam ser utilizado como base para a síntese MMA. A mutase  fornece a solução: uma enzima que transfere um grupo funcional a partir de uma posição para outra dentro de uma molécula. Enquanto realizava um post-doc no UFZ no Departamento de Microbiologia Ambiental, Dr. Thore Rohwerder e seu orientador, Dr. Roland H. Müller, descobriram a enzima de uma nova cepa bacteriana, isolada enquanto eles estavam procurando por bactérias para quebrar o poluente MTBE ( éter metílico terc-butílico).


Dr. Thore Rohwerder (esquerda) e Dr. Roland Muller (direita). (C) ufz.de

O razão dada pelos julgadores do prêmio é a importância industrial da descoberta, que em médio a longo tempo, poderia significar que até 10% da demanda de MMA poderia ser produzida por meios biotecnológicos. O mercado mundial é superior a 3 milhões de toneladas / 4 bilhões de euros. Levará cerca de quatro anos para a criação do sistema bacteriano em um processo tecnológico funcional (planta piloto).

O PMMA é um plástico sintético desenvolvido em 1928 e hoje produzido em grandes quantidades. O PMMA é coloquialmente conhecido frequentemente como acrílico, utilizado principalmente em aplicações para evitar estilhaçamento e como um substituto leve para o vidro – por exemplo, nos óculos de proteção ou em luzes de automóveis (proteção).

PMMA tem também outras aplicações, incluindo próteses, tintas e adesivos. Também é vendido sob a marca “Plexiglas ®” (Evonik) e “Altuglas” (Arkema).

Fonte UFZ

Texto escrito por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle ( [email protected] ) – Universidade Federal do Pampa – Bagé.

Bolas de água

Um alerta.
Na internet está circulando um vídeo falso com explicações de como fazer esferas de água.
A receita incluiria acetato de sódio, bicarbonato de sódio…
Mas os ingredientes são só para enganar. Não existe formação de bolinhas na água com a receita passada pelo vídeo.

Veja o vídeo

Quem inventou a história provavelmente utilizou gel para colocar em vasos de plantas.
Em floriculturas é possível encontrar esse gel em formato de bolinhas. O material é uma poliacrilamida (informado na embalagem) que absorve bastante água.
Fiz algumas fotos do gel da floricultura. Perceba que as bolinhas são as mesmas (existem versões coloridas).
gel flores

gel poliacrilamida

gel floricultura

Texto escrito por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle ( [email protected] ) – Universidade Federal do Pampa – Bagé.

Escândio – atraindo a curiosidade

professor em seu escritório
O escândio é o primeiro elemento dos metais de transição e é facilmente ionizado para formar sais.

Ainda hoje o escândio tem pouca aplicação na química. Mas a ausência de informações sobre o elemento acaba atraindo curiosidade para novos estudos.

O vídeo foi legendado em português. Para ver a legenda, clique no PLAY e depois ative a legenda clicando no botão no inferior direito e selecione “Ativar Legendas >> Português”.
Assista mais vídeos traduzidos em
https://www.youtube.com/view_play_list?p=BFA8BBE552D8FF65

Texto escrito por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle ( [email protected] ) – Universidade Federal do Pampa – Bagé.

Sensores eletroquímicos em nano-escala

sensor cantilever nanometrico
O professor de física Rao Apparao, da Universidade de Clemson, e sua equipe, estão estudando sistemas em escala nanométrica que tenham a capacidade de investigar e alertar sobre a presença de produtos químicos tóxicos ou gases no ar.

“A capacidade de construir dispositivos extremamente pequenos para fazer esse trabalho tem sido uma coisa que nós temos visto até agora apenas em filmes de ficção científica”, disse Rao.

Da espessura de um cabelo humano, ou menor, o cantilever em micro e nano-escala é parecido com um trampolim de mergulhos quando observado sob um microscópio eletrônico. O sistema é colocado em vibração como se fosse uma guitarra e a medida da frequência de vibração em diferentes condições permite a possibilidade de detectar se existe algum problema no ar analisado.

“A forma atual de sensores ópticos envolve um método que usa um sistema relativamente volumoso e caro de raio laser que não se adapta bem para utilização em escala nanométrica. Nosso método é totalmente elétrico e usa uma pequena voltagem AC para vibrar o cantilever e sistemas eletrônicos simples para detectar quaisquer alterações na vibração causada pelos gases agentes químicos ou biológicos “, disse Rao. “Este método permite o desenvolvimento de dispositivos portáteis que responderia com beeps ou flashes ao investigarem níveis de gás e produtos químicos perigosos no local.”

As possíveis aplicações são variadas, disse ele. Além de ler simultaneamente múltiplos tipos de toxinas presentes no ambiente, estes sensores eletromecânicos têm se mostrado bons para medir alterações na umidade e temperatura.

Os resultados preliminares indicam que esse esquema totalmente elétrico de sensoriamento é tão sensível que pode diferenciar entre hidrogênio e deutério em um gás, que são isótopos muito semelhante do mesmo elemento.

Uma vez que o processo todo é elétrico, limitações do tamanho que prejudicam os métodos alternativos de detecção não são um problema aqui. O sistema pode ser reduzido para a nano-escala e a operação eletrônica pode ser contida em um único chip minúsculo. A investigação tem demonstrado que um único nanotubo de carbono pode ser usados como um cantilever vibrador.

Para saber mais sobre o sistema visite
http://arao.people.clemson.edu/E-papers/HDR%20package.pdf

Texto escrito por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle ( [email protected] ) – Universidade Federal do Pampa – Bagé.

Identifique a molécula

O autor do blog 42. está propondo uma interessante série de desafios de identificação de moléculas. Na sexta-feira de cada semana ele apresenta uma substância e pede aos visitantes do blog para que deixem comentários com sugestões do nome e uso.

Até o momento ele lançou dois desafios.
Um com a ***###***…
https://web.archive.org/web/20150515144324/http://scienceblogs.com.br/uoleo/2008/10/enigma-molecular-1-fase/
E outro com a *****…
[Atualização dia 17/10/2016 – A página não existe mais. 🙁 ]

Pressão atmosférica em todo o seu poder

vagão de trem do tipo transporte combustível
Clássico experimento de amassar uma lata.
O procedimento é simples, basta colocar um pouco de água dentro de uma lata (com uma pequena abertura) e aquecer esta com uma lamparina até entrar em ebulição. Deixe uma boa quantidade de vapor escapar e após isso tape rapidamente a lata, apague a chama e deixe esfriar. Em poucos instantes a lata estará toda amassada. (Veja o procedimento em http://www.feiradeciencias.com.br/sala07/07_06.asp )

Agora. Imagine esse experimento feito com algo de proporções bem maiores!

Texto escrito por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle ( [email protected] ) – Universidade Federal do Pampa – Bagé.